terça-feira, 27 de novembro de 2007

O Íntimo Mais Profundo!

Uma hora: Agora! Em que horário uma pessoa notívaga se sente mais à vontade, se não, à noite?Um astro: se corpo celeste: a Lua; se gente: Ronaldo Fenômeno e Rubens Barrichelo (juro que é sério!)
Um móvel: A minha redinha tão gostosa de dormir...
Um líquido: Depois que eu descobri a vida sem coca cola, um bom suco de mangaba!
Uma pedra preciosa: Boa pergunta... vou de Rubi, por causa da cor e da novela mexicana - hahahahahaha
Uma árvore: Jambo - Tem coisa mais linda que a calçada de uma casa que tem um pé de jambo, na época da floração?
Uma flor: Rosa e Cravo (de preferência, que eles não briguem em baixo de uma sacada)
Uma cor: Rojo... Rubro... Vermelho... da cor desse blog... da cor do cabelo do Nando Reis... da cor da camisa do América de Natal!
Um animal: A carpa que tatooarei
Uma música: São tantas... mas, hoje, uma delícia de coco, chamado "Coco Sincopado", de Jacinto Silva. Ouçam Jacinto... o cara é gênio!
Um livro: O Amor nos Tempos do Cólera, do Gabo e Meu Contos Preferidos, de Lygia Fagundes Teles, que eu amo, alucinadamente.
Uma Comida: Salgada... não sou fã de doces...
Um lugar: Dos que eu já conheço? A praia de Ponta Negra. Dos que eu ainda conhecerei? O Edifício Itália!
Um verbo: Pensar
Uma expressão: É justo... (falo isso o tempo todo!)
Um mês: Maio, afinal, só se faz aniversário em um mês do ano.
Um número: 10
Um instrumento musical: violino, rabeca e qualquer um que seja de percursão, já que eu desisti de qualquer instrumento que envolva musicalidade para me concentrar nos que envolvem apenas o ritmo.
Estação do ano: Inverno, embora tenha muita dificuldade com o frio (20º - hahahahaha) que faz em Natal. Sou da noite... não gosto de sol...
Um filme: 2001 - Uma Odisséia no Espaço; Tudo Sobre Minha Mãe; Vanilla Sky.

Então... Lu Longo pediu, tá mandado! Aliás, você que é novo por aqui, já viu a história que escrevemos (eu, Lu Longo, Lala Flores, Débora Jafet, Tita Tróia, Amandita e Lucinéia)? Não? Procure no mês de março... vale à pena. Eu tenho links para todas as partes dela. Cês vão gostar.

Semana muito boa!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

SOBRE: Religião Não Se Discute

Prá quem já lê esse blog há algum tempo, o título desse post não é estranho. É porque não é prá ser, mesmo, né?

Quando comecei o blog, escrevi três textos que chamei de "A Trilogia das Três Cores": Desejo, Amor e Meet My Blue Melancholy. Então, em um momento de pouca inspiração, acabei postando um texto que já estava escrito, há muito tempo, que se chamava "Futebol Não Se Discute". Daí, pensei que poderia escrever uma trilogia sobre isso, também. Depois do futebol, não se discute religião e política.

Adoro política, mas, escrever um texto cômico sobre o tema é, prá mim, um pouco complicado. Ainda mais com a concorrência que os comediantes têm com o mundo real, né?

Sobrou prá Religião. Religião é um tema tabu. E eu adoro essas coisas. E esse foi um dos meus textos que mais me agradou. Eu sou fã de algumas coisas que escrevo. "Desejo" - lá do começo - é um deles. Mas, acho que esse outro até o supera.

A idéia dele veio junta à idéia do primeiro texto do casal Caio César e Nádia Maria. Mas, demorou muito prá sair. Foi muito melhor, assim.

Não precisa dizer qual o meu personagem preferido, precisa? Acho que acaba sendo o preferido de todo mundo que gosta do conto. Vítor, aliás, sempre quer chamar o conto de "O Diabo Veste Prada" - hahahahahahaha

Mandei esse conto - com algumas adaptações - para o concurso da Cooperativa Cultural Universitária. E, meu plano, agora, é transformá-lo em curta. Tou torcendo prá ganhar o concurso prá investir nisso. Torçam prá mim. Quem sabe, se a gente não consegue assistir "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", né?

O resultado sai no dia 12/12. Acho que os meus contatos que trabalham com roteiro já estão torcendo prá mim!

Hoje eu postei uma infinidade de coisas.

Prá descontar o tempo sem postar nada!

Xeros prá todos!

Sobre: Toda Nudez Será Premiada

Outro texto que já estava escrito há muito tempo. Estava no caderno, só esperando a hora de vir prá cá. Eu gosto dele. Deveria ter sido o terceiro texto da série "Não se discute", mas, acabou que não daria certo se fosse. Então, mudei de idéia e ele acabou saindo esse.

Tem García Marquez, aí.

Audacioso? Quem? Eu?!?!

Mas, tem, sim. A idéia de fazer a trajetória do personagem aparecer de maneira especular é toda dele. Se vocês prestarem atenção, o que ele faz à noite, é a cópia em espelho do que fez pela manhã. Agora, a discussão, mesmo - certo, agora eu me superei, né? - é a questão da nudez. Obviamente, não a nudez física, mas, a nudez daquelas roupas que a gente veste e escondem o que a gente é.

Na história, a nudez é um símbolo do livrar-se de algo que o prende. É ser feliz sem se deixar atrapalhar por outras coisas que não seja essencial à felicidade.

É isso. Felicidade! Sempre!

SOBRE: Terriversos

Eu sou péssimo prá isso, né?

Não sei como é que eu me atrevo a publicar esse tipo de coisa, mas, ao menos, avisei a todos que se tratavam de "Terriversos". Quem leu, leu porque quis, né?

Prá não dizer que eu não gosto de nenhum deles, o soneto me agrada. Simplesmente porque é um soneto.

Isso estava escrito há muito tempo, mas, tava no caderno. E, quando eu escrevo no caderno, fico com uma preguiça tão grande prá colocar no blog. Nesse dia eu tava disposto, aí, digitei aqui. Os Terriversos e o outro texto, sobre o qual falo em seguida.

Bem... é isso. Não tenho muito o que falar sobre ele.

SOBRE: Dos Peixes e Cérebros e Teorias

Adoro Caio César e Nádia Maria. Eu acho que eles funcionam. Eu consigo até ver os dois conversando. Já até disse que eles são meus Rui e Vani - hahahahahaha

Fazia tempo que não escrevia nada aqui, diretamente, como sempre fiz. Ontem, resolvi fazer. Nada mais justo que voltar com meus personagens preferidos. Juro que eu tenho tentado escrever mais, mas, as histórias têm passado muito mais tempo na minha cabeça que o normal.

Mas, vamos falar sobre esse, específico. "Dos peixes e cérebros e teorias" nasceu de uma única frase. Aliás, eu estou coletando frases. Cada vez que uma frase me chama atenção, eu anoto prá usar depois. Normalmente, eu peço licença ao dono dela. Nesse caso, o dono fui eu mesmo. Uma amiga, certo dia, reclamando da vida, disse que queria mais era ser um peixe. E eu disse a ela (ou pensei em dizer, não lembro ao certo): "Nam... eu uso demais o meu cérebro prá me contentar em ser peixe". E achei que essa frase podia ter um efeito cômico legal. O resto da história foi crescendo. E acabou chegando nisso que está aí.

Espero que tenham gostado.

Xeros e até a próxima!

P.S.: Quase esqueço de dizer isso, mas, a Poli (que é um amor) disse que seguindo a lógica da Nádia, as pessoas carecas são mais evoluídas... eu diria que ela - Nádia - tem uma certa tendência (herança de parte materna e paterna) para a calvície!

domingo, 25 de novembro de 2007

Dos peixes e cérebros e teorias.

- Na próxima encarnação, quero voltar como um peixe.
- Cê tá doido, Caio César? Peixe?
- Claro, Nádia. Imagina: passar o dia todo sem ter a menor preocupação com nada. Aliás, a única preocupação que você teria seria essa. O nada. Ah... que maravilha... nadar na imensidão do mar...
- E ser perseguido por um predador. Às vezes eu acho que você poderia voltar como camarão, Caio César. Parece que os dois têm a mesma coisa na cabeça.
- Camarão, Nádia?
- Pois eu me recuso a ser um peixe na próxima encarnação. Eu uso demais o meu cérebro pra me tornar uma criaturinha de cérebro minúsculo.
- Ah, agora tá me chamando de burro.
- Não, meu bem... eu não estou lhe chamando de burro. Estou dizendo que, euzinha, aqui, não quero ser um bicho de cérebro pequeno.
- Macacos têm cérebros grandes.
- Muito peludos.
- Cê ta muito exigente, hein? Eu acho que deve ter alguma lei cármica que puna pessoas exigentes.
- Claro que não. A exigência é uma prova da evolução espiritual. Meu espírito já está tão evoluído que não caberia mais em um peixe. Ou em um bicho cabeludo. Afinal, a evolução do senso estético está junta à evolução espiritual.
- Ah, não... agora você tá sendo preconceituosa prá cacete.
- Claro que não, Caio... é uma teoria séria que eu tou desenvolvendo há muito tempo. E eu posso comprová-la, quer ver?
- Óbvio.
- Pois muito bem. Cê lembra do marido da tia Joana?
- Lembro.
- Cê conhece alguém que seja menos evoluído q ele? Porque eu não conheço! E era peludo demais.
- Tá, é verdade. Deve ser uma das menos evoluídas q eu conheço, também! E uma das mais peludas. Mas, daí a generalizar, né, Nádia... tem uma distância.
- Ah... mas, você tá esquecendo de um detalhe que é importante, benzinho. A tia Joana... casou com ele, começou a conviver, portanto, involuiu, também. Resultado: o buço da mulher parecia buço de dançarina de flamenco.
- Não... não dá prá acreditar que você esteja dizendo isso.
- Como não, Caio. As provas são irrefutáveis.
- E o Tony Ramos? O cara é muito legal.
- Ah, não... você também acredita na cara de bonzinho do Tony Ramos?
- Tá, Nádia... digamos, como muito esforço de minha parte, que você tem dois casos que comprovam sua teoria, porque o Tony Ramos eu não aceito incluir. O que faz você achar que o resto da humanidade segue essa lógica?
- Porque eu tenho mais casos, meu bem: Franciso Aílton, que trabalha comigo... lembra dele, né? Peludaço, o cara. Me mandou um e-mail com dicas de segurança.
- E qual o problema disso?
- Caio César, a dica número três dizia: “Se o bandido estiver armado e você não estiver sob controle dele, SEMPRE CORRA! O bandido só acertará um alvo móvel 4 vezes em 100 tentativas. E, mesmo assim, muito provavelmente NÃO acertará um órgão vital. COOOOOORRRRRRRRRRRRA!”. Dá prá acreditar nisso? Tem que ser muito pouco evoluído prá dar um conselho desses.
- Nádia Maria eu estou em choque.
- Eu sei... sua mulher é um gênio, não é?
- É... um gênio do mal... meu Deus... eu me casei com o Himmler e não sabia...
- Himmler? Você sabe quem foi Himmler, Caio César?
- O ministro do Hitler... o cara que sabia tudo de propaganda...
- Goebbels, Caio César... esse era o Goebbels... o que é isso saindo na gola da sua camisa, Caio César? É pêlo?

- Vamos pra casa da sua mãe... agora mesmo!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Terriversos

Cava a cova que se enterra
Enterra a terra que é inteira
Inteira a telha que é da casa
Casa o caso que é fato
Fato é o barco que navega
Navega a viga que sustenta
Sustenta é tenta mais um susto
------------------------x------------------------
Quero um poema
Que não me mostre
Que não tenha imagens
Nem símbolos escondidos.
Um poema para ser lido
Enquanto em nada se pensa
E que a canto algum leve
Que não construa nem reconstrua
Um soneto que quero
Por ser um soneto
Sem rima nem métrica
Que não faça sentido
Mas caiba dentro
De duas quadras e dois tercetos
------------------------x------------------------
A fó(ô)rma
A árvore bela e frondosa se mostra acolhedora
A todos aqueles que à sua sombra buscam
E seus frutos desejam comer para a fome matar
Ou, apenas, lá querem estar a nada fazer
Sem esperar a queda da maçã
Para nada descobrir ou estudar
Mas, só estar. A ler
Quem sabe? Esta
Poesia, tal
vez. Que
nada
trará
nada
dirá
nada
acres
cent
ará
Mas
que queira ou não
forma de árvore tem
das folhas às raízes.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Toda Nudez Será Premiada!

Acordou, como todos os dias. Como todos os dias, também, ajoelhou-se ao lado da cama e fez suas orações matinais. Agradeceu a Deus por estar vivo, pelo café-da-manhã que ainda tomaria, pelo emprego para o qual ainda não se dirigira. Terminada a lista de agradecimentos, leantou e deirigiu-se ao banheiro.
Conferiu o próprio rosto no espelho. As olheiras haviam aumentado consideravelmente desde ontem. Pegou o barbeador elétrico e começou a aparar a barba que cultivava desde os 25 anos de idade. Terminou. Escova e pasta de dentes. Três bochechadas no lado direito. Três no esquerdo.
Foi até a parada do ônibus. Olhou o relógio. Faltavam dois minutos e meio. Preciso. Subiu no ônibus. Nada de lugares para sentar. Ficou em pé, ao lado da senhora com cara (e cabelo) de poodle de madame. E ela não lhe pediu sua pasta.
Puxou a cordinha e atravessou o ônibus, ainda lotado, para descer. Caminhou dois quarteirões até a repartição. Trinta e seis degraus. Os bom-dia de sempre. O birô. Dez horas da mesma coisa.
Os boa-noite de sempre. Trinta e seis degraus. Dois quarteirões até chegar à parada. A senhora com cabelo (e cara) de poodle que não lhe pediu sua pasta. Parou perto de casa. Olhou o relógio. Dois minutos e meio para a padaria fechar. Preciso. Entrou em casa. Jantou e foi ao banheiro. Pasta e escova de dentes. Três bochechadas do lado esquerdo. Três no direito. Ajoelhou-se ao lado da cama. Agradeceu o dia que tivera, o trabalho, a refeição, por estar vivor, enfim. Terminados os agradecimentos, deitou-se.
E dormiu.

Acordou. Levantou-se e foi beber água. Foi ao banheiro e escovou os dentes. Urinou sem levantar a tampa do vaso. Tomou banho e foi esperar o ônibus. Olhou o relógio. Três minutos antes do ônibus passar. As pessoas na parada lhe olharam espantadas. Algumas apontavam e riam, cobrindo a boca, disfarçadamente.
Entrou no ônibus e procurou seu lugar ao lado da mulher-poodle e lá instalou-se. Viu a cara de espanto que a mulher fez quando olhou para ele. O desconforto dela era visível. Não levou um minuto até que ela se levantasse e saísse, praticamente, o atropelando.
Iria para o trabalho sentado. Não entendia o porquê, mas, estava satisfeito, assim mesmo.
Levantou-se quando chegu à sua parada e, supresa, não foi difícil chegar até à porta. Era como se as pessoas que lá estavam abrisse caminho para ele. Lembrou o Mar Vermelho.
Dirigiu-se para a repartição e observava, curioso, o espanto das pessoas que o viam. Não entendia, mas, continuava andando. Os bom-dia de sempre. Sem respostas. Trinta e seis degraus e expediente.
Terminando-o, a volta para casa repetia a manhã. Desceu perto de casa. Olhou o relógio. Um minuto e meio para a padaria fechar. Entrou e pediu. A moça lhe olhou estranho - Algo errado? - não resistiu - tem, por acaso, alguma ferida cheia de pus na minha cara? - levantou a voz.
- Não, senhor - e baixou a vista.
Chegou em casa, deixou o pacote dos pães em cima da mesa e foi diretamente para o quarto. Abriu a porta do guarda-roups e olhou o espelho grande pendurado. Estava completamente nu. Não tinha a menor idéia de como não havia percebido antes.
Caiu na cama atordoado e dormiu.

Acordou e levantou-se. Foi ao banheiro e olhou no espelho. Pegou o barbeador e percebeu que não tinha mais olheiras. Decidiu tirar a barba e assim o fez. Ajeitou o cabelo e saiu.
Estava sem roupa e sabia.
O lugar da poodle estava vago e ele sentou.
Levantou e esperrou que o corredor se abrisse para a sua passagem.
Bom dia, chuchu e como vai, amoreco?, no lugar dos bom-dia e silência.
Fim do expediente e até amanhã, queridas.
Ria alto e contava piadas para ninguém específico, no ônibus.
Beijou no rosto a moça da padaria.
Dormiu feliz.

Três dias de felicidade.
Sobe no ônibus.
Surpresa.
A poodle sentada.
(Não parecia poodle desse ângulo)
Sem roupa.
Senta ao seu lado.
Conversam.
E riem.
E coram.
E choram.
E param.
E beijam.
E calam.