segunda-feira, 1 de junho de 2009

A solução, concordo, não está na temperança. Nunca esteve nem vai estar. Sempre achei que os dois tipos mais fascinantes de pessoas são as putas e os santos, e ambos são inteiramente destemperados, certo? Não há que abster-se: há que comer desse banquete. Zézim, ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos. E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo): “Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace ai anda”.

Caio Fernando Abreu, em carta ao Zézim.

Um comentário:

André Palhano disse...

Ei! Vou me defender aqui! Eu não fico mordendo os outros e não existem borboletas em meus cabelos, muito menos!

E tenho dito!

Muito bom esse texto ;)