Agora,
Lu Longo nos propõe que, devido à proximidade com o super fim-de-semana, produzamos listas. Seis dicas de filmes, seis dicas de músicas e seis dicas de livros. Eu, dificilmente, conseguirei ficar nos seis, mas, ela nos deu liberdade para sermos prolixos. Então, começando pelos filmes, vamos às minhas listas de essenciais.
FILMES AMADEUS
De Milos Forman. Conheci Amadeus em 1998. Projeto Cinema na Escola. E eu ainda nem era o professor de História. Fomos escolhidos, eu e outros colegas, para apresentar algus filmes para a escola. A mim coube apresenta-lo. Inicialmente, eu fiquei meio chateado. Com tanto filme legal, tinha que ficar prá mim, justamente, o que narra a vida de Mozart? Depois de assistí-lo fiquei extremamente grato porque coube a mim, justamente, O QUE NARRA A VIDA DE MOZART. Mozart e Salieri. Uma belíssima história de genialidade e paixão e inveja e admiração. Destaque para a cena da composição da Missa de Réquiem com Mozart em seu leito de morte e a ajuda do outro. O filme é incrível.
\00000ATA-ME
De Pedro Almodóvar. Poderia faltar Almodóvar na minha lista de filmes essenciais? ¡Jamás! Como não se encantar das cores de Almodóvar? Olhando o cartaz do filme eu já m sinto completamente preso a ele. Em “Ata-me”, um jovem internado em uma clínica psiquiátrica apaixona-se por uma atriz e consegue alta, por causa do seu amor. Vai ao encontro de sua paixão e a seqüestra para, forçando-a a conviver com ele, fazê-la amar como ele a ama. Destaque para a lindíssima cena onde Victoria Abril (a seqüestrada) pede a Antonio Banderas (o seqüestrador) que a amarre à cama, e para a irresistível “Resistiré”, presente na trilha do filme (sobre “Resistiré” vide comentários sobre minhas músicas essenciais). Recomendo, também, outros filmes de Almodóvar: Kika, Tudo Sobre Minha Mãe, Fale Com Ela, Má Educação (com Gael García Bernal, o melhor latino, na minha opinião) eVolver (com Penélope Cruz, que, aliás, decidiu que tinha que ser atriz depois de assistir Ata-me).
EM BUSCA DA TERRA DO NUNCA
De Marc Forster. Está querendo assistir um filme, mas, não tem nem idéia se irá gostar ou não? Faça, ao funcionário da locadora, a seguinte pergunta: “Johnny Depp está no elenco?”. Se a resposta for positiva, leve sem medo. Nem preciso falar muito sobre Depp. Todo mundo sabe que eu sou do fã-clube incondicional do ator (já pensaram num filme de Almodóvar, com Johnny Depp e Penélope Cruz?). Em “Em Busca da Terra Do Nunca”, temos a história de James M. Barrie, criador do Peter Pan, e sua relação com a família Llewelin-Davies. A partir do contato com Sylvia (Kate Winslet) e seus filhos, Barrie vai criando a história do menino que nunca cresce. Me fez chorar durante, pelo menos, os vinte minutos finais do filme. Além disso, assistí-lo não deixa de ser uma boa ação, já que tudo o que se arrecada em direitos autorais com a história do Peter Pan é doado para um hospital infantil inglês, conforme desejo do autor.
O GRANDE DITADOR
Não dá prá falar de filme sem falar de Chaplin. E não dá prá falar de Chaplin sem falar de Adenoid Hynkel. “O Grande Ditador” é um filme absolutamente genial. Uma comédia ferina onde Chaplin “esculacha” delicadamente – ao contrário do que faz Sacha Baron Cohen, em Borat (que eu também adoro – hahahaha) - o ditador nazista Adolf Hitler. Chaplin e Hitler nasceram na mesma semana. Gênios, ambos usaram a comunicação para levar a cabo seus projetos. O de Chaplin infinitas vezes mais nobre e, felizmente, o mais bem sucedido. Destaque para a clássica cena (a mais clássica da história do cinema, possivelmente) da dança com o globo, para a macarrônica cena de Hynkel com Benzini Napaloni (ditador de “Bacteria”, aliado-rival da “Tomania”, país do Hynkel) nas cadeiras de barbeiro, e para o, indiscutivelmente fabuloso, discurso final.
DE OLHOS BEM FECHADOS
De Stanley Kubrick. Nada como um bom Kubrick para nos fazer pensar. Kubrick é famoso por suas adaptações de livros para o cinema. “A Laranja Mecânica”, “O Iluminado” e “Lolita”, por exemplo, estão entre eles. Em “De Olhos Bem Fechados” Kubrick coloca um casal (Tom Cruise e Nicole Kidman, quando ainda estava casados) em crise na frente das câmeras. Uma seita secreta com mascarados e orgias “temperam” o relacionamento dos dois e os colocam diante de dúvidas em relação ao outro. Adoro as máscaras do filme. Quais as máscaras que você tem usado no dia-a-dia?
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VANILLA SKY
De Cameron Crowe. Mais Tom Cruise. Mais Penélope Cruz. De todos, Vanilla Sky é o que mais se encaixa na categoria “O FILME DA MINHA VIDA”. Poderia, sem exagero algum, dividir a minha vida em antes e depois de Vanilla Sky. Podemos dizer que o filme gira em torno de um questionamento básico: “O que é felicidade prá você?”. A partir desse questionamento, temos as relações entre David (Cruise) e Sofia (Cruz). David e Julie (Cameron Diaz). David e um psicólogo (Kurt Russel), que nos dão os melhores momentos do filme. E a decisão: “felicidade é acordar e encarar a dura realidade de frente ou viver o sonho lúcido?”. Isso sem falar na deliciosa trilha sonora com Paul McCartney, REM, Radiohead... Minha única tristeza em relação a ele é nunca ter visto a versão espanhola (original) do filme: “Abre los ojos”.
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De Stephen Daldry. Sou suspeitíssimo prá falar desse filme. Nicole Kidman, Meryl Streep e Julianne Moore em atuações fabulosas. Mais que isso, Nicole Kidman interpretando, ninguém mais ninguém menos que Virginia Woolf. Como não amar esse filme? Baseado no livro “As Horas”, o filme traça um paralelo com o principal romance de Virginia Woolf, Mrs. Dallaway. Em sua primeira cena, a personagem da Meryl Streep, Clarissa diz que vai comprar flores. Exatamente como a primeira cena da Mrs. Dallaway de Virginia. O filme conta a história das três mulheres, separadas no tempo, mas, unidas pelo magistral romance da inglesa.
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(Vou parar com os filmes por aqui. Já foram 7 ao invés dos 6 que a Lu pediu. E ainda faltaram tantos. Deixa citar mais alguns só de passagem, certo? A Fantástica Fábrica de Chocolates; Cry Baby; Entrevista com o Vampiro; Amores Brutos; O Crime do Padre Amaro; Corra, Lola, Corra; O Clã das Adagas Voadoras; Os Pássaros; Chocolate; A Última Tentação de Cristo e A Viagem de Chihiro. Cada um melhor que o outro.
MÚSICAS
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Cruel, muito cruel. Vou fazer assim. Vou escolher uma música de Nando Reis (não dá prá não ter, mas, não posso colocar todas dele – hehehehe) e escolher as outras entre as 5 que foram as últimas músicas da minha vida, ok?
O SEGUNDO SOL
É a primeira música de Nando que eu escutei e tive consciência que era Nando Reis. Escutei com a minha ídola, e pensei: “esse cara é bom”. Antes do show de Nando em maio do ano passado (o primeiro que fui em minha existência), eu ouvia o começo de “O Segundo Sol” e meus olhos enchiam de lágrimas. Ela é marcante, prá mim. Muito mesmo. Indispensável na trilha da minha vida.
VIDA DIET
Adoro Pato Fu. Faz tanto tempo que não consigo vê-los por aqui. O cd novo deles é incrível. Muito bom e cheio de experimentalismos que são marca registrada deles. Em “Vida Diet” a gente ouve coisas como: “A gente se acostuma com tudo / a tudo a gente se habitua (...) e até ficar sem comer / sem te ver / a gente custa, mas, se habitua”. As mais puras verdades. A gente custa, mas, se habitua. Claro que, antes de se habituar, a gente fica se sentindo mais que...
ANORMAL
Mais uma dos Pato Fu. Simplesmente porque é terrível se sentir mais que anormal por ver você em todo lugar. Ouvir, então, alguém dizendo que se sente assim, faz com que você não se sinta um louco sozinho no mundo. Tem mais gente que se sente tão anormal quanto você. Quando esse alguém tem a voz da Fernanda Takai, então, as coisas ficam muito mais fáceis.
RESISTIRÉ
El Dúo Dinámico. Conforme prometido mais acima, aqui está “Resistiré”. A música é deliciosa. Uma vontade louca de ouvir no carro e balançando a cabeça como os personagens de “Ata-me”. Bem breguinha, ela tem versos incríveis como “soy como el junco que se dobla pero siempre sigue em pie”. Auto-ajuda total, não? A melhor parte? Descobri, por acaso que ela é, impressionantemente (quando vocês a ouvirem entenderão o por quê do “impressionantemente”), uma versão de I’ll Survive. Muito boa!
BOHEMIAN RHAPSODY
Descobri que sou fã do Queen. Não deixo mais passar nenhum cd da banda que encontre por aí. E uma das grandes culpadas é essa música. Eu nem sei bem o que falar sobre ela. Só sei que ela contagia. Ela faz você querer ouví-la mais e mais. E em diversas versões e momentos diferentes. A parte “operística” é ótima. E a supressão dela na versão ao vivo também. Enfim, uma obra-prima.
PRÁ LÁ
Ouvi com Ceumar, mas, ela é de Dante Ozetti. Virou até o “cabeçalho” do meu blog. “Prá lá do que é mundo tem mais do que um rancho fundo”. Ceumar tem uma voz tão doce que só ouvindo prá entender. Canta umas coisas de Dante e de Zeca Baleiro de uma forma tão gostosa que você fica com vontade de subir no palco e cantar com ela. Também tem uma versão incrível pra “O Seu Olhar” de Paulo Tatit e Arnaldo Antunes.
Ainda faltaram Belle and Sebastian, Madredeus, A Naifa, Chico Buarque, Nação Zumbi, Elis Regina e tanta coisa mais... mas, como essas foram as seis primeiras que eu lembrei, firam.
Mais tarde eu volto com os livros.