É a cretina filha da puta mais escrota que eu conheço. Não é possível que ele estivesse mentindo desde o começo. Por que estaria? Não faz o menor sentido. Por que alguém se daria o trabalho de dizer tudo aquilo se não fosse verdade?
Eu não sei nem o que sentir. Alguém pode me dizer o que sentir em uma situação dessas? Depois de um fim-de-semana tão rico em sensações, na maior parte das vezes, tão amargas de tragar (deus, nem o nome de quem escreve as coisas me vem à mente nessa hora). Você se sente preocupado, triste, decepcionado, tem raiva, se chateia, se crê enganado, se frustra. E eu, inseguro de que pudesse desistir (ou ter desistido) de tudo. Eu não queria que ela tivesse desistido. Pedia o tempo todo pra alguém que eu nem sei quem que não fosse isso. Se era isso, porque não dizer? É possível que eu fosse ficar muito mal, mas, teria engolido.
E depois disso tudo, nem a voz dela você pode ouvir. Ela não deixa.
O fim-de-semana nem faz mais tanta diferença, na verdade. Ela mudou de planos. Os planos novos não podiam me incluir. Tranqüilo. Por que não falar comigo? Não fazia sentido. Não combina com o que ela era antes. Com o que dizia antes.
Me mandava mensagem. Me fazia ir ao céu cada vez que me mandava ter cuidado. Eu acordava às seis da manhã pra dar bom dia, desejar bom trabalho. E eu gostava disso tudo. Das despedidas com beijo, beijo, beijo, beijo e tem que desligar, se não, não se pára mais de beijo. Os ótimos motivos para os atrasos.
E isso era tudo mentira?
Não pode. Não é possível. Ninguém precisa fingir tudo isso. Não há razão. Eu não consigo acreditar que o tempo que tivemos juntos foi de mentira. E eu não quero que tenha sido.
Quero conversar. Aparar o que tiver que aparar. Parar tudo, se for o caso. Só não quero ter que virar o rosto quando a vir. Nem que ela faça o mesmo comigo.
Espero. E vou continuar esperando. Esperando que o meu telefone toque.