A noite até prometia, mas, até aquela hora, nada. Já era quase fim de festa, sabe? Voltei e fiquei no meio da pista. Um pouco distante do palco, dessa vez. Mas, bem próximo ao bar. E ela estava lá, acredita? Encostada no bar. Olhava para a direita e, de vez em quando, ela me olhava de volta. E eu recebia cutucões a cada olhar que trocávamos. Quase me jogavam para o bar.
Eu ficava em dúvida o tempo todo. Ela me olhava e desviava o olhar. E se virava e conversava com as amigas. E voltava a me olhar. Agora eu já não parava mais. Olhava e queria chegar mais perto. O que é isso? Pessoas que precisam passar. Sou gentil. Dou espaço. E me fasto para a direita. E mais gente precisa passar. Já estou encostado no bar.
Me olha novamente. Vem na minha frente e volta pro lugar. Ela não quer. O que é que eu tou fazendo aqui? Vem outra vez. Não dá prá dar chance, agora. A pego pela cintura. Põe a mão na minha perna. Ela quer. Deus... ela quer. Se não quiser eu vou bater nela. Juro que vou.
Até parece.
Se vira. Tudo bem? Tudo bom. Me disse o nome. Lhe disse o meu. Não lembro mais se falamos alguma coisa. Lembro muito bem do cheiro de álcool que passei a sentir muito perto de mim. Um leve gosto de cigarro, também. Mas, muito distante. Fumou naquela noite. Aquela mistura de cheiros e gostos era interessante. Muito interessante.
Um piercing na língua. Top top. Eu preciso dizer que te amo. Meu MSN? Claro. Beijo outra vez. Você vai me achar muito atirada se eu pedir o seu telefone? Você vai me achar muito atrevido se eu disser que já anotei o meu telefone? Não. Você não é atrevido. Eu faço Publicidade e você? Espanhol. Sou professor de línguas. Eu sou analfabeta em línguas. Posso lhe garantir que isso não é verdade.
Beijo.
Eu preciso ir. Eu não quero que você vá. Eu também não quero ir. Não esperava lhe encontrar hoje. Há sempre a pequena chance do impossível rolar. Nada é impossível. Não, não mesmo. Vou ficar lhe esperando. Vai esperar porque quer, porque eu não quero que você vá. Eu sei, mas, tenho que ir.
A gente se encontra.
Beijo.
E a noite terminou muito melhor do que se podia esperar.
13 comentários:
Acho fantástico quando leio alguma coisa e consigo ver toda a narrativa, como se fosse um filme, ate imagino a cara das pessoas.
adorei! ainda mais o tema! Parabéns Fernando...inspiradíssimo!!!
Um simples abraço!!!
'Se não quiser eu vou bater nela. Juro que vou.'
E pra que essa violência homi? O.õ
hahahahahahahaha
Texto muito bem narrado. Pude até ver toda a cena passando aqui na minha mente ;P
Mas que bom que sua noite terminou bem. Só não usaria a palavra 'impossível'. Afinal, não custa nada tentar arriscar a sorte e perceber o quanto uma atitude pode fazer a diferença.
Mais uma vez, muito bom texto ;)
Passarei aqui mais vezes.
Amigo,
post sim.
Rafaela estar precisando se pensamentos positivos.
PS: Volto aqui com tempo para ler o atual post.
Abraços \o/
Interessante esse encontro, todo mundo espera alguma coisa não?
O impossível as vezes é muito possível, é só ser gentil e "deixar algumas pessoas passarem"
:]
Relatou bem, muito bem.
Parabéns pela escrita.
Beijo*
Um piercing na língua...
Os próximos encontros prometem.
Eu,como leitora antiga e assídua do Blog,tenho todo direito de ficar por dentro dos próximos capítulos dessa aventura.
Boa sorte.
Quer dizer que você sabe quando alguém escreve aqui, hein?
kkkkkkkkkkkkkkkkk
=*
Só quem achava "Impossível" era você.
Eu sempre acreditei que era (e é) muito possível. Só precisa de uma nova postura e coragem (as vezes)
Tem novidade!
=p
Vc é único....
O texto entao....INCOMPARAVEL...
Ahh e detalhe....eu li faz alguns dias....só que to deixando comentário agora.....afinal...seria 'horrivel' de minha parte...nao comentar.
Amo tu....e um abraço daquelesss ó...
Xefis, hummmmmmmmmm o impossível né.. aquele impossivel que eu tanto falei.. kkkkk se minha boca não é de praga pelo menos é de bênção
Tem novidade por lá!
Eu estava lá mas não acompanhei!
=/
A postura vc tinha acho que faltava a iniciativa!
=D
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