Cava a cova que se enterra
Enterra a terra que é inteira
Inteira a telha que é da casa
Casa o caso que é fato
Fato é o barco que navega
Navega a viga que sustenta
Sustenta é tenta mais um susto
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Quero um poema
Que não me mostre
Que não tenha imagens
Nem símbolos escondidos.
Um poema para ser lido
Enquanto em nada se pensa
E que a canto algum leve
Que não construa nem reconstrua
Um soneto que quero
Por ser um soneto
Sem rima nem métrica
Que não faça sentido
Mas caiba dentro
De duas quadras e dois tercetos
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A fó(ô)rma
A árvore bela e frondosa se mostra acolhedora
A todos aqueles que à sua sombra buscam
E seus frutos desejam comer para a fome matar
Ou, apenas, lá querem estar a nada fazer
Sem esperar a queda da maçã
Para nada descobrir ou estudar
Mas, só estar. A ler
Quem sabe? Esta
Poesia, tal
vez. Que
nada
trará
nada
dirá
nada
acres
cent
ará
Mas
que queira ou não
forma de árvore tem
das folhas às raízes.
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